A relação entre o estresse e a depressão é uma interrogação permanente nas pesquisas clinicas e também entre os pacientes. São inúmeras as vertentes que investigam essa relação: o estresse no mundo do trabalho, nas situações adversas, nas relações traumáticas e na vida cotidiana.

Estresse é um conjunto de reações fisiológicas – físicas e mentais – geradas a partir de uma agressão sofrida pelo organismo; qualquer situação que o corpo enfrenta que altere sua fisiologia. Se esta alteração não for absorvida e superada pelo corpo, ocorre um acúmulo de desgastes tornando-se crônico e progressivo.

O estresse crônico ocorre quando ultrapassa um nível suportável, ou mesmo quando se prolonga no tempo, não havendo aretomada da homeostase original (equilíbrio fisiológico), impedindo assim o relaxamento após a tensão vivenciada.

Quando o estresse cotidiano se torna repetitivo ou crônico, pela natureza da situação ou pela baixa resistência psicológica, entra-se em exaustão causando vários problemas psicossomáticosou psíquicos, inclusive depressão.

No comportamento, o que influencia a gênese do estresse é a forma como a pessoa lida com os acontecimentos, muito mais do que o tipo de situação enfrentada. Importa mais o como do que o porque ou o que.

Na visão da Psiquiatria Integrativa busca-se relacionar a predisposição pessoal com os fatores desencadeantes, ou seja, a identificação de um terreno psicoemocional favorável que superreaja às situações estressantes e/ou traumáticas. Desta forma, a proposta terapêutica para os transtornos psíquicos, inclusive para depressão, é integrar as várias abordagens farmacológicas, psicoterápicas, filosóficas e de autoconhecimento de forma a aliviar as situações de tensões e traumas e alcançar-se resultados expressivos e permanentes.

Henriqueta Camarotti, psiquiatra, Clínica Flor da Manhã
Foto: Charlotte Love