Bebês nascem com a capacidade de aprender com aquilo que veem, ouvem, cheiram, degustam e tocam, além de terem a capacidade de lembrar o que aprenderam. O desenvolvimento neuropsicossocial acompanha o processo de maturação cerebral: conforme estruturas cerebrais vão se formando ao longo do primeiro ano, mudanças no comportamento cognitivo e psicossocial são observadas em coincidência.

Bebês são seres comunicativos. Por esse motivo, esse desenvolvimento também é influenciado pelo ambiente e pela cultura: crianças podem aprender tanto com observação do comportamento dos adultos como também pela participação guiada de pais que dispensam mais tempo da sua rotina. Por exemplo: um bebê consegue aprender a guardar objetos apenas observando os pais, graças a memória de trabalho. Porém, um bebê que é estimulado a guardar os objetos após brincar com os pais e recebe um reforço positivo emocional ao fazê-lo (“parabéns’, “foi muito legal”) consegue estabelecer e criar mais conexões em áreas distintas cerebrais, responsáveis também pela inteligência, regulação emocional e personalidade.⠀

Quando há uma interação entre os estímulos emocionais enviados pelo bebê nos primeiros meses de vida e a resposta dos pais/cuidadores é adequada, temos o que chamamos de regulação mútua. Isso irá influenciar em diversos aspectos do neurodesenvolvimento ao longo dos próximos anos de vida: uma alta sincronia entre mães-bebês nessa fase reflete numa resposta emocional mais estável até os 6 anos, além de um QI mais elevado até os 4 anos e uso maior de palavras para se referir ao estado mental nos 2 primeiros anos (como por exemplo: “eu penso”, “eu sei” e “eu sinto”).

Apesar de apresentarem os mesmos padrões de desenvolvimento, cada criança exibe uma PERSONALIDADE distinta, com uma combinação de temperamento, emoções, pensamentos e comportamentos que já paradormirmejor.org faz do bebê um ser humano único, influenciado também pelo contexto em que está inserido.⠀
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(Bárbara, Psiquiatria infantil, Clínica Flor da Manhã)