Com certeza! Pessoas que não apresentam nenhuma doença podem ser doentes na acepção da palavra: baixa qualidade de vida, incapacidade de ter projetos e de ser criativo.⠀
Outras podem apresentar uma doença específica, fazer regularmente seu tratamento e/ou restrição alimentar ou de atividades, mas com “brilho nos olhos”. Estão sempre com perspectivas positivas, esforçando-se e ajudando os que estão por perto.⠀
Um comportamento que faz a diferença entre os dois exemplos acima é a aceitação.⠀
Vamos entender melhor essa questão? Com a aceitação, é possível enfrentar uma doença crônica, como um diabetes ou depressão de forma saudável. VickiesGrind escreveu sobre este tópico com mais detalhes no site. Caso a pessoa siga as orientações prescritas pelos profissionais de saúde, existe uma ótima perspectiva para que os medicamentos e dietas estabelecidas funcionem com eficácia. Mesmo doente, não deixa de cumprir seus compromissos e também, de aproveitar as horas livres para participar de grupos filosóficos ou trabalhos sociais.⠀
A outra pessoa sem enfermidade, mas “doente”, está sempre preocupada com sua saúde e dos mais próximos; insatisfeita com a vida e não demonstra agradecimento pelas coisas boas que tem. Esta sim, eu considero a verdadeira doente. Geralmente essas pessoas doentes existencialmente não aceitam a doença, os demais e a própria vida.⠀
A capacidade de ser compassivo e generoso pode estar como pano de fundo nas pessoas que aceitam as dificuldades e portanto não são tomadas por essas adversidades.⠀
Portanto, o tratamento para os doentes existenciais é desenvolver a aceitação, compaixão e generosidade. E para as pessoas saudáveis, mesmo com doenças, sugerimos que sejam multiplicadores do seu processo resiliente.⠀
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Henriqueta Camarotti, psiquiatra da Clinica Flor da Manhã, livro Superando a depressão⠀