Abordar o tema suicídio envolve complexidade, mas é preciso falar sobre o assunto na tentativa de prevenir e reduzir as mortes por essa causa. Não existe motivo único para o suicídio, e sim a interação entre fatores psicológicos, biológicos, culturais e socioambientais.⠀
Em adolescentes, devemos estar atentos a mudança repentina na rotina, afastamento de amigos e família, queda no rendimento escolar, descuido na aparência, baixa auto-estima, pessimismo, irritabilidade extrema, fala sobre morte ou ameaça de morte e de suicídio. Observando esses sinais, os pais, cuidadores, professores ou profissionais devem providenciar que a pessoa não fique sozinha e que objetos que podem oferecer riscos sejam retirados do alcance. Deve-se perguntar ativamente ao jovem: “tem achado a vida sem sentido?”, “estou percebendo que você não está bem, tem algum pensamento muito ruim te incomodando?”.⠀
Além disso, é importante estimular vínculos saudáveis, reservar momentos para atividades prazerosas com os adolescentes, criar estratégias para enfrentar frustrações e oferecer afeto e tempo com qualidade. Os pais precisam estar atentos ao isolamento social, a automutilação, aos conteúdos de filmes ou das redes sociais, pois exposições contínuas a emoções negativas podem dessensibilizar e habituar o adolescente a dor, facilitando assim cometer um ato impulsivo.⠀
Um dos equívocos sobre o suicídio é a frase de que “quem quer se matar, não avisa”. Ao contrário disso, as pessoas que cometem suicídio, normalmente, comunicam direta ou indiretamente que querem morrer. O comportamento suicida é um ato de ambivalência, entre o querer morrer e o querer viver de maneira diferente. A pessoa que pensa em suicídio está em sofrimento, e é importante ouvir e acolher com seriedade, sem preconceito ou julgamento. Precisamos olhar ao nosso redor e perceber que não estamos sozinhos, e que sempre há outra saída.⠀