A perda de memória representa uma das queixas mais frequentes na prática da neurologia e da psiquiatria. Geralmente, as pessoas chegam aos consultórios preocupadas com sua memória, receosas de serem portadoras de uma doença cerebral demencial ou mesmo de um Alzheimer.
Conceituamos estresse como o conjunto de reações fisiológicas – físicas e mentais – geradas a partir de uma agressão sofridas pelo organismo; qualquer agressão que o corpo enfrenta que altere sua fisiologia natural. Diante de um estresse acontece uma reação de dois mecanismos importantíssimos na homeostase corporal: o eixo hipotálamo-hipofisário e a relação com suas glândulas; e a ativação do sistema nervoso autônomo, simpático e parassimpático. No primeiro mecanismo há uma secreção exagerada de cortisol que por sua vez danifica vários sistemas, inclusive o hipocampo, uma região do cérebro responsável pela retenção de informação.
Temos uma boa e uma má notícia: a boa notícia é que a grande maioria das queixas de comprometimento da memória não é causada por doenças degenerativas do sistema nervoso central e sim por estresse. A má notícia é que o estresse crônico passou a fazer parte da vida e fica muito difícil reformular a rotina e sair da faixa de desgastes provocados por uma péssima qualidade de vida, ansiedade, depressão, burnout, estafa físico-mental, preocupações constantes e dificuldade de aceitação dos acontecimentos da vida. Que tal começar transformar essas dificuldades em uma boa noticia, treinando a atenção em cada coisa que se faça? Desenvolvendo a plena atenção. Aceitando e autotransformando-se, eis o antídoto do estresse!
Henriqueta Camarotti, psiquiatra, Clinica Flor da Manhã