Nos últimos 30 anos a psiquiatria e a psicologia tem incluído os aspectos da religiosidade e espiritualidade no discurso acadêmico e das pesquisas científicas. Esse fato tem sido evidenciado pelo aumento do número de publicações desse tema nos principais periódicos dessas áreas e de outras disciplinas humanistas como a sociologia, a antropologia e as artes. Os trabalhos tem buscado entender como as pessoas lidam com sua religiosidade e/ou espiritualidade e suas implicações na qualidade da saúde mental.⠀
Segundo esses estudos, a religiosidade representa a prática e um caminho segundo conceitos morais estruturados que ajudam a pessoa a entrar em contato com a espiritualidade; enquanto espiritualidade é a ligação da pessoa com algo mais sagrado na vida, sentido de vida, valores, virtudes, sintonia com a humanidade, natureza, cosmos e a vida espiritual. ⠀
Na prática clinica, o psiquiatra não precisa praticar necessariamente uma religião ou mesmo está ligado a conceitos espiritualistas, mas ele precisa sim acolher de forma aberta e sem preconceitos as buscas das pessoas que o procuram. Fundamental se faz desenvolver uma atitude respeitosa, compreensiva e acolhedora dos princípios que movem aquelas pessoas, suas crenças, seu contexto familiar e cultural e sua visão de mundo.⠀
Os estudos são unânimes em mostrar a importância do contexto sociocultural e religioso do paciente quando o profissional formula a compreensão da psicodinâmica – aspectos psicológicos pessoais – e também da elaboração do diagnóstico. Na psiquiatria o diagnóstico de cada paciente está relativizado em uma perspectiva mais complexa e profunda; vai além de critérios formais e observações impessoais.
(maiores informações sobre esse tema vide Livro: Superando a Depressão de Henriqueta Camarotti) ⠀